Olá pessoal! Temos a honra de apresentar mais um entrevistado na nossa coluna "Artista na Vitrine". Dessa vez o escolhido foi um dos compositores mais promissores dessa nova geração, Nikolas Ribeiro. Com mais de mil canções escritas, Nikolas vem conquistando o público evangélico, principalmente no segmento pentecostal, com suas canções que tocam profundamente e levam a uma sincera adoração a Deus.
Na última semana o compositor Nikolas Ribeiro recebeu o Troféu "Os Notáveis 2015" da Flórida-EUA pelo destaque em seu estado, além de ser indicado ao "Troféu de Ouro" que será entregue no dia 10 de agosto, no Teatro Bradesco em São Paulo. A música está presente na vida de Nikolas desde a infância, mas foi no ano passado através da música Na tua vontade, que o ministério dele começou a obter certo reconhecimento. Confira a nossa entrevista:
VG: Qual foi o maior desafio que você enfrentou pelo seu ministério?
NR: Meu maior desafio foi no início.... No Brasil eu enfrentei muita resistência por parte dos irmãos da igreja! Sempre me falavam para parar de compor, porque eu compunha muito mal, não gostavam quando eu tocava na igreja e chegaram a esconder os cabos dos instrumentos para que eu não tocasse. Eu ainda era uma criança e pensava em desistir, mas havia alguma coisa em mim que me impulsionava a continuar fazendo aquilo que eu amava que era compor e tocar.
VG: Como nasceu a sua primeira composição?
NR: Foi em 2001! Eu estava chegando em casa e vi um contrabaixo de apenas uma corda na lixeira do vizinho, daí peguei esse baixo e comecei a tocar no quintal de casa. Foi ali que Deus me deu a minha primeira música "Creia somente". Lembro que eu quebrei um tijolo e comecei a escrever a letra no cimento, até que o céu deu sinal de chuva e eu corri para anotar tudo no caderno. Assim nasceu a minha primeira composição que é meio sem pé e sem cabeça: "Ele andava no mar da Galiléia, curava enfermos, coxos andavam, o seu poder realizado no espaço" (Risos). A primeira música sempre tem coisas meio confusas, mas de lá para cá eu não parei mais. Graças a Deus!
VG: Quantas músicas você já escreveu?
NR: Já escrevi mais de mil composições! Eu contava até o ano passado, mas acabei perdendo as contas e parei de contar. Antes pra mim a quantidade era muito importante e sempre no final de cada ano eu fazia as contas e ficava feliz quando escrevia bastante músicas no ano inteiro. Agora eu vivo um novo tempo! Antigamente eu forçava a barra e se eu passasse um mês sem compor ficava chateado. Hoje só escrevo quando realmente vem inspiração. Ao total são mais de 50 músicas gravadas pelo Brasil inteiro.
VG: De todas as composições que você já fez, tem alguma que você pode considerar preferida?
NR: Pode parecer clichê, mas a música Na tua vontade (Vanilda Bordieri), independentemente de ser a minha composição mais conhecida, é a composição que mais que me marcou porque foi feita de uma forma muito sincera, foi uma oração pessoal. Eu tive que abrir mão de um sonho profissional antigo de ser policial do FBI, porque não era compatível com os sonhos de Deus para mim. Lembro que compus ela de joelhos, chorando e estava falando com Deus, eu não cantava, eu falava a letra! De repente fui até o teclado e transformei aquilo tudo em música. Através dessa canção tenho recebido muitos testemunhos de jovens que decidiram abrir mão de alguns sonhos para viver os sonhos de Deus.
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Foto extraída do site Veja TV |
VG: Recentemente você foi premiado com o Troféu "Os Notáveis 2015" na Flórida e também foi indicado no Troféu de Ouro como melhor compositor de 2014. O que você sentiu ao receber a premiação e a indicação paralelamente?
NR: Confesso que fiquei bastante surpreso com a vitória no Troféu "Os Notáveis". Ao receber o prêmio olhei pro céu e disse: Obrigado Deus! Valeu a pena não ter desistido. Quanto a minha indicação ao Troféu de ouro, fiquei sem palavras. Eu não me considero um ótimo compositor, estou apenas começando e entendo que existem pessoas que já estão na estrada há bem mais tempo que eu e merecem essa honra. Pra ser sincero eu fiquei até um pouco constrangido ao ser indicado no troféu de ouro junto com grandes compositores da musica gospel no Brasil, já que nacionalmente falando eu tenho apenas uma composição conhecida, mas Deus me lembrou de Davi, ele não precisou de muitas pedras pra alcançar a vitória apenas de uma - direcionada por Deus. Sei que tudo que está acontecendo é Deus honrando minha perseverança e fé, então recebo com um humilde e grato coração.
VG: Na sua opinião, como é possível perceber a real vontade de Deus para os nossos projetos?
NR: Boa pergunta! Todos nós temos um chamado e em certo ponto da nossa vida esse chamado começa a ser despertado. No meu caso, o meu sonho que era ser policial do FBI e trabalhar pro governo não bateu com os sonhos de Deus. Eu sei que desde pequeno Deus tem um ministério comigo na música, para viajar em vários lugares louvando e eu notei que investindo o meu tempo na carreira, estudando 4 anos de criminologia, eu ia me distanciar do propósito de Deus pra mim. Eu teria que escolher se me dedicava inteiramente a esse sonho profissional e teria que parar de compor, porque isso tomaria muito o meu tempo, ou continuar no ministério que Deus me deu e no trabalho que Deus me deu. Decidi viver os planos! Hoje eu sou bancário aqui nos Estados Unidos e essa foi uma porta que Deus abriu, porque eu não tenho faculdade e fui contratado. Se o nosso objetivo não é compatível com o objetivo de Deus, nós devemos reajustar as nossas prioridades.
VG: Que tipo de música você ouve quando está no carro?
NR: No meu carro tem um CD que eu gosto muito que é o CD Ao Vivo da Mara Lima onde tem as canções Unção Divina e Semente do sangue, essas músicas me fazem lembrar de momentos muito especiais no Brasil. Tenho também o CD antigo de duas duplas - Tony e Tito e Daniel e Samuel. Eu gosto mais dos discos antigos! Antigamente as letras eram mais simples e tinham mais unção, hoje em dia virou uma coisa banal compor. As pessoas compõem qualquer coisa, os intérpretes gravam e muitas dessas músicas exaltam apenas o ego humano.
VG: Com base na sua opinião em relação a política, você acha que estamos muito atrasados em relação aos Estados Unidos? O que falta na política brasileira?
NR: Dá vontade de ir para o Brasil e me candidatar a presidente (Risos). Eu sou brasileiro, amo o Brasil, mas a América me abraçou. Os EUA é o país da igualdade, um país que dá condição para o pobre conquistar todos os seus sonhos e objetivos, enquanto o Brasil infelizmente é um país dividido pela desigualdade social. Eu acho que os brasileiros merecem ter políticos que governem com seriedade. Uma política limpa que visa o povo e principalmente a educação. Aqui nos Estados Unidos os americanos se preocupam muito com o estudo e as oportunidades são oferecidas pelo governo, se você trabalha, você conquista!
VG: Como você lida com o assédio das pessoas, da mídia e os admiradores do seu ministério?
NR: O contato ficou mais difícil depois que eu comecei a trabalhar e viajar para ministrar. Agora eu tento responder todos, gosto de estar conectado com o público, gosto das pessoas e fico muito feliz com o carinho que elas tem com o meu ministério. Eu gosto de ler todos os testemunhos, respondo todos, as vezes não dá pra conversar muito ou responder na hora, mas eu gosto de estar com o público, até porque são eles que divulgam o nosso trabalho. As composições eu tento resolver tudo por e-mail para facilitar.
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Foto extraída do site Veja TV |
VG: Financeiramente falando, você acha que os compositores da música gospel são valorizados? Você doa músicas?
NR: Pra ser sincero não e os maiores problemas que eu já tive foram com os cantores que estão começando, porque alguns buscam doação de músicas alegando que eu recebi de graça e de graça eu tenho que dar, sendo que há um custo com autorização e correios, entre outros fatores. Várias vezes eu já paguei esse valor do meu bolso. Eu já doei várias músicas que até já perdi as contas. Infelizmente eu senti a dor da ingratidão, porque alguns não te valorizam, mas há pessoas que eu doei e não me arrependi porque foi Deus que me tocou. Eu não me importo em doar porque o meu coração não está no dinheiro, eu não vivo de música e tenho meu trabalho como cidadão, mas ultimamente eu tenho filtrado mais as situações. Eu estou pronto a ouvir a voz de Deus e ser sensível a voz dele. Se Ele me tocar eu vou doar, porque Deus sabe quem necessita.
VG: Bate Bola
- DEUS: Meu Tudo, minha fonte de inspiração, sem Ele não vivo, sem Ele não sou nada, sem Ele nada posso fazer, com Ele posso todas as coisas porque Ele me fortalece.
- AMIGOS: Presentes de Deus, companheiros para uma longa jornada
- FAMÍLIA: Base de tudo, minha estrutura!
- LIVRO: Left Behind (Deixados para trás)
- COMIDA: Arroz, salpicão e bife
- BEBIDA: Suco de Caju
- LUGAR: New York, me sinto inspirado lá.
- COR: Preto
- HOBBY: Séries Americanas
- REFERÊNCIAS MUSICAIS
INTÉRPRETES: Leonardo Gonçalves, Jeremy Camp, Phil Wickham.
COMPOSITORES: Gislaine e Mylena, Tony Ricardo, Anderson Freire
- ADORAÇÃO OU PENTECOSTAL? Por muito tempo eu fui bem pentecostal, mas finalmente eu achei minha identidade musical no Pop pentecostal e na adoração. Atualmente eu escrevo mais músicas pentecostais por causa dos pedidos, mas se eu sentar pra compor por livre e espontânea vontade sempre vão sair canções mais intimistas.
SONHO: Conhecer todos os países do mundo
MEDO: Medo de perder a minha essência. Eu oro sempre pra que eu nunca esqueça de onde Deus me tirou e que tudo que está acontecendo Ele que está fazendo.
EU, NIKOLAS RIBEIRO: Um rapaz amoroso, gentil que coloca as pessoas sempre na frente dele, não consegue guardar mágoa embora é sempre magoado. Um homem de coração limpo, humilde, simples e que está sempre disposto a ajudar alguém. Eu sou simples, uma pessoa amável, isso eu posso dizer (Risos).
Queremos agradecer ao amigo Nikolas Ribeiro pela disponibilidade em responder a nossa entrevista e pelo carinho em sempre atender as solicitações do nosso blog. Que Deus te abençoe sempre, esses são os sinceros votos da equipe Vitrine Gospel!
Até a próxima pessoal!
Vitrine Gospel
Por: Daniel Nadje