Nos últimos dias, a novela Avenida Brasil, da Globo, foi um dos assuntos mais comentados por conta do sucesso que está fazendo. Mas quem ouve o “oi oi oi” do refrão e vê a sombra de corpos fazendo uma dança sensual na tela sequer podia imaginar que o cantor é evangélico.
O paulistano Robson Moura “estourou” no início deste ano com a música “Dança com tudo”. É a versão do “kuduro” de um cantor português chamado Lucenzo. A Globo comprou os direitos em janeiro e primeiramente cogitou o cantor Latino para interpretá-la. Mas Latino já havia feito uma versão da versão em espanhol, gravado por Dom Omar.
Milena Dias, que canta trilhas de novela, indicou Moura e a Globo aprovou. Embora muitos ainda confundam a voz dele com a de Latino, ele explica que sua versão é bem diferente.
Antes do sucesso, ele conta que passou por bandas de baile, tocou na banda de Mara Maravilha e já gravou canções gospel. Porém, no momento prepara disco e faz shows do que chama de “hits brasileiros em ritmo latino”.
Embora diga que a maioria das pessoas não o reconheça na rua, enfatiza: “Tudo mudou na minha vida desde a primeira semana da novela”.
Nos primeiros meses não tinha empresário, site, nada. Porém, seu disco de estreia deve ser lançado em setembro e espera que o sucesso aumente. Sua maior referência e “inspiração” é Sidnei Magal.
Porém, nem sempre foi assim. “Eu toco teclado desde os sete anos, tocava na Igreja”, lembra.
“Comecei como pianista popular e tecladista… Toquei em peças de teatro, bandas de baile e grupo gospel. Acompanhei a Mara Maravilha”. Ele teve o que chama de “fase gospel”.
“Eu comecei na Igreja a ter contato com música. Sou evangélico até hoje. A influência boa da música gospel é porque são vários ritmos. Tenho noção de soul, reggae, dance, sertanejo. Tem gospel de todos os estilos”, explica ao falar sobre sua versatilidade musical.
Entrevistado pelo portal G1, ele explica que não se vê associado a uma música sensual, como sugere a abertura da novela.
“É uma questão que tinha desde adolescente. Tenho cuidado de não cantar palavrão. Não gosto disso, independentemente de ser ou não evangélico. Tem música que eu fico vendo as senhorinhas e penso: não é legal ouvir isso. É desnecessário. Agora tenho mais autonomia do que nos tempos de banda de baile. Tem um livro da Bíblia, Cantares de Salomão, e o Rei Salomão fala dos seios da mulher dele, que são “como dois montes”. Ser evangélico não quer dizer que você não pode falar da beleza feminina. Canto uma música do Ricky Martin, “Maria”, que tem uma letra sobre uma mulher poderosa, que tem o ar da sedução… Ela é tão intensa. Mas não é de uma forma pejorativa”, conclui.