"Meu coração é teu altar" é o trigésimo terceiro álbum de estúdio da cantora Shirley Carvalhaes e segundo álbum lançado pela Sony Music. O projeto, que foi considerado um dos mais esperados da música gospel para 2016, contém 10 canções que mesclam entre pentecostal, pop e adoração.
O projeto começou a ganhar repercussão desde o anúncio da seleção de repertório e cada vez foi ganhando mais força, afinal Shirley é uma das maiores cantoras evangélicas do país. O teaser e a divulgação da capa também causaram um rebuliço nas redes sociais, mas na média geral, o conteúdo apresentado foi aceito e elogiado. A produção musical ficou sob a responsabilidade dos maestros Ronny Barboza, Clebynho e Edmilson Braga, enquanto a produção gráfica foi assinada pela Observ Design, sob o comando do talentoso Leandro Prado.
Agora chegou a hora de conhecer as músicas, vamos lá!
1. Como na primeira vez (Gidel Lannes): Começamos o CD com uma regravação, que chato! Hã? Quem disse isso? Na-na-ni-na-não! Como na primeira vez, regravação do Ministério Casa de Davi foi a escolha certa para abrir o disco. "Faz-me morrer pra as coisas desse mundo... Faz outra vez, como na primeira vez..." É impossível não se arrepiar ouvindo a música sendo interpretada por Shirley. A presença da bateria, do teclado e da guitarra são evidentes na introdução, sem falar das "rasgadas de voz" (Hamsters) da cantora, que chamam a atenção no desenrolar da canção e merecem aplausos. Shirley ainda convidou o autor e intérprete da canção, o músico Gidel Lannes para abrilhantar ainda mais a música fazendo uma participação especial. Sem dúvidas essa uma das melhores, senão a melhor música do disco. Tanto os grupos de jovens, quanto os grupos de mulheres e com certeza os Ministérios de louvor pelo Brasil cantarão essa faixa.
2. Vou adorar (Rey Sena): O backing começa cantando "Vou adorar...", Shirley entra cantando "Vou adorar..." e a guitarra entra logo em seguida com toda força e maestria. Essa canção lembra um pouco Deus dará de volta no início, eu disse no início. A letra fala sobre sobre o cristão que não desiste adorar e usa o louvor como arma para alcançar a vitória. A bateria está presente praticamente na canção inteira e o backing vocal ganha mais força no refrão, que aliás é muito fácil de aprender e tem tudo pra cair no gosto do público. Essa é outra boa opção para os grupos, principalmente grupos de mulheres.
3. Não vou desistir (Matheus Aguiar): A terceira faixa lembra e muito as canções do álbum "Não temas". Ouça esse trecho: "Envia os teus anjos, de noite é a luz, o nome desse alguém é Jesus..." e tenha certeza do que estou dizendo. A letra conta na primeira pessoa, a história de alguém que está enfrentando situações difíceis, mas está decidido a não desistir. Mais uma vez Shirley convida o compositor da canção para cantar junto. Matheus Aguiar abrilhanta a canção fazendo solo e também segunda voz pra Shirley. Essa é uma das preferidas do público.
04. A hora é essa (Denner de Souza): Que forrozinho gostoso de ouvir! A letra exorta e retrata a expectativa do crente que vai buscar a Deus quando chega no culto: "Espero encontrar os servos do Senhor, adorador, adorador..." A letra foi bem construída e foge da mesmice de que "músicas de fogo" tem que ter a palavra "glória" repetida enjoativamente.
Denner de Souza é responsável por escrever outros sucessos pra Shirley, como "Ai de mim", "A espera do milagre" e "Olha eu de novo". A parceria tem dado certo!
05. Um escolhido (Anderson Peres): "Um escolhido" é uma música típica dos grupos de senhoras. O violão dedilhado traz uma leveza a primeira estrofe; essencial para a reflexão sobre a mensagem a ser transmitida. A presença da bateria na segunda estrofe juntamente com um backing vocal trazem um peso maior a canção e abrem a porta para um refrão encorajador. A letra não traz muita novidade, mas os arranjos foram muito bem trabalhados dentro da proposta da canção, principalmente no refrão.
06. Adorar (Anderson Freire): Gravada anteriormente pelas cantoras Léa Mendonça e Graciele Farias, a canção "Adorar" começa ao toque do violão, seguida por teclado e uma mensagem que precisamos aprender a todo custo: Servir! Esse estilo pop/pentecostal é muito bom pra cantar e ouvir: "Se não sirvo pra servir, não tenho parte contigo Senhor", letra forte hein? Vale a pena ouvir e meditar.
07. Roda da vitória (Júnior Maciel e Josias Teixeira): Roda da vitória é uma versão melhorada da canção "Pode ser você", gravada por Elaine de Jesus. A mensagem é praticamente a mesma, porém com uma estrutura melhor. A letra fala que a vida é como uma roda que gira, sendo assim muitas coisas podem mudar, o que hoje está embaixo amanhã pode subir. Mesmo com o tema vitória, a canção não incita vingança, apenas retrata que Deus exalta quem faz a diferença. Destaque para as famosas paradinhas na segunda estrofe, que é onde a canção ganha mais força.
08. Maior em excelência (Denner de Souza): Essa é uma linda canção cristocêntrica. Ouvir canções que rasgam elogios pra Deus faz com quem a gente conheça ainda mais d'Ele. Ótima opção para os grupos e ministérios de louvor, essa é uma das canções mais elogiadas nas redes sociais.
09. Vai dar certo (Júnior Maciel e Josias Teixeira): A nona faixa do disco começa muito bem na primeira estrofe com uma letra de ânimo e encorajamento. Na segunda estrofe a música começa a ganhar força e tenta convidar o público ao ápice de um refrão pentecostal, mas isso acaba ficando pelo meio do caminho. O refrão com a repetição do chavão: "Vai dar certo" acabou se tornando monótono e só melhora na segunda volta. De qualquer forma, não é uma canção ruim e tem uma boa mensagem de incentivo. Certamente haverá quem goste.
10. É pra guerrear (Reginaldo Domingos): Pra fechar o álbum Shirley reservou outro forrozinho pentecostal. Canções nesse estilo não são novidades dentro do repertório da cantora. Quem não se lembra de "Barulho de glória" ?, pois é! Já é algo típico e o público que a acompanha gosta e agradece por isso.
Após 04 anos sem lançar um disco inédito, Shirley conseguiu apresentar um disco pentecostal com inovações nos arranjos, mas sem deixar a desejar no repertório. O peso do instrumental traz o estilo pop pentecostal mesclado a uma interpretação que continua impressionando disco após disco. A regravação da música "Como na primeira vez" foi uma ótima decisão, torno a dizer que a canção é uma das melhores, senão a melhor do disco.
Também não poderia deixar de citar que 50% do repertório do disco é composto por novos compositores e isso não deixou a desejar em nada no projeto. Diante de um mercado que possui e as vezes sufoca vários compositores consagrados, novos compositores trazem um novo frescor ao projeto, ainda mais quando apresentam canções com propostas e estruturas diferentes.
E você? O que achou o disco? Deixe a sua opinião!
Vitrine Gospel