Análise Musical: Cassiane - Eternamente

Um dos CDs mais aguardados do ano completou 1 mês de lançado! "Eternamente" é o nome do novo projeto solo da cantora Cassiane, que marca o seu retorno a gravadora MK Music e a quebra de um jejum de quatro anos sem gravar um disco inédito.

Conhecida por gravar canções pentecostais e com letras rebuscadas, Cassiane sempre trouxe inovações dentro do seu estilo, um grande exemplo é o álbum "A Cura" que revolucionou de vez o mercado gospel, sendo considerado até hoje como um dos melhores discos pentecostais da história.

O álbum "Eternamente" que foi produzido pelo marido da cantora, o maestro Jairinho, ou Jairo Manhães está bem diferente de tudo que ela costuma gravar, mas calma! Não há motivo para pânico e você certamente entenderá o porquê.

Essa análise não será feita com base no estilo pentecostal, porque esse disco não está pentecostal. O público esperou canções pentecostais mais trabalhadas e orquestradas como Tremendo e Santo, A cura, Esconderijo do Altíssimo e tantas outras, mas dessa vez Cassiane decidiu trazer algo mais levado ao estilo adoração/congregacional, que segundo ela faz parte daquilo que ela está vivendo nesse momento e isso não foi ruim. Com base nessas informações, a análise será feita dentro dessa nova proposta, já que grande parte das músicas seguem essa linha. Vamos lá!

01. Minha essência (Tony Ricardo): Escolhida como primeiro single do projeto, Minha essência fala sobre fidelidade diante das adversidades e propostas do mundo. Apesar de trazer várias frases consideradas "clichês", a canção é boa e quando escutada diversas vezes acaba agradando cada vez mais. Destaque para o solo de guitarra antes da ponte, aliás a ponte ficou excelente! Mesmo com frases sem rimas, Tony conseguiu encaixar tudo dentro do tempo sem deixar parecer estranho ou desconexo. Inicialmente a canção seria o título do projeto, mas houveram mudanças e a honra ficou para a faixa seguinte.


02. Eternamente (Marcos Brunet): Mesmo sendo versão da canção internacional Todo lo que hay en mi te adora (Tudo o que há em mim te adora), Eternamente já é considerada como uma das melhores canções do álbum. Ela começa tímida e explode a cada estrofe, com destaque para o refrão que é belíssimo e a ponte que é o ápice do conjunto. Os grupos de louvor com certeza aproveitarão essa canção. São 06 minutos e 21 segundos de uma faixa que não cansa em momento algum. "E tudo o que há em mim te adora Amado Rei, quero ministrar em tua presença eternamente..." Vale a pena conferir!

03. Submisso (Jonathas Santos e Bruna Dezid): A bateria e o teclado estão presentes no início dessa canção que é uma das melhores do álbum. A letra é a oração de um coração submisso e entregue aos projetos de Deus. Ao analisar a letra do início ao fim é difícil não se identificar com a mensagem. "Eu me submeto ao Teu querer, a resposta vem da oração, minha vitória tem data marcada, é o tempo de Deus, a vontade de Deus." Precisamos aprender a esperar e respeitar a vontade de Deus, deixando a nossa ansiedade de lado. Você vai aprender bastante com essa faixa.

04. A Oferta sou Eu (Tony Ricardo): Essa música é tão linda quanto 'Jesus' do álbum A Cura. É certo que uma não tem nada a ver com a outra em relação a letra ou estética, mas o estilo adoração presente naquele CD sempre fez com que o público se identificasse com canções de adoração nos CDs de Cassiane, prova disso é o sucesso de 'Amigo Espírito Santo', também escrita por Tony Ricardo, que aliás está arrebentando com as canções nesse estilo. 'A oferta sou eu' é mais uma linda oração cantada por alguém que não entra na presença de Deus apenas para pedir, mas para se render em adoração. 

05. A carta (Anderson Freire): Essa canção trata a vida do cristão como uma carta lida por Deus para essa geração. A cada passagem descobrimos a história de alguém que não desistiu, abriu espaço para uma transformação espiritual, e hoje serve como um referencial.

"Quantas vezes no teu Getsêmani entrou..." Essa parte é fenomenal! A carta é uma música de ânimo e encorajamento, mas sem egocentrismo. Além da construção da letra, o destaque vai para a última passagem do refrão, onde o teclado se torna mais presente dando uma pegada mais leve e destacada. Essa é sem dúvida uma das melhores canções do álbum e me arrisco dizer que poderia ser o single.

06. Pra Casa Eu Vou (Rogério Júnior): Enfim a canção mais comentada e aplaudida do álbum! Considerada uma das melhores, Pra casa eu vou versa o desejo da igreja em povoar o céu, abordando o assunto de uma forma poética e ao mesmo tempo simples. É como se o compositor pegasse todos os anseios da igreja em relação ao arrebatamento e colocasse dentro de uma canção. A construção foi muito bem feita, é uma pena que a cantora tenha decidido tirar a ponte que havia na estrutura original. Pelos comentários nas redes sociais dá pra perceber que essa canção já está roubando a cena, pois já foi eleita como single por grande parte do público. 

07. A Muralha (Tony Ricardo): Primeiro teclado, depois bateria... É assim que essa canção vai ganhando forma! Confesso que de início a letra não me empolgou muito, mas após ouví-la bastante, acabei sendo cativado (rs). O refrão curto acaba grudando e de vez em quando é possível cantá-lo sem ao menos perceber. As partes mais interessantes dessa faixa são: A frase " Eu tenho bomba, o louvor é uma explosão", que ficou muito criativo! O tango antes da ponte, bem a cara do Jairinho! E a chamada das muralhas que ficou incrível! Destaque para o backing vocal que deu um show à parte!

08. Tempo e Sacrifício (Anderson Freire): Então, temos aqui mais uma música de adoração! Dessa vez, o tema escolhido foi a entrega de Jesus na cruz do calvário, tendo destaque a parte que diz que Jesus respeitou o tempo e esperou o momento certo de desenvolver o seu ministério e olha que Ele era e é o dono do tempo (Rs). Outra parte que chama bem a atenção é quando fala que não foi lá na cruz que Ele se entregou, mas sim, lá no céu quando Ele decidiu descer para nos salvar. É muito linda! Vale a pena ouvir.

09. Gigantes (Jonathas Santos e Bruna Dezid): Essa é uma das mais pentecostais do projeto, embora não seja "aquele pentecostal" que todo mundo espera ouvir nos discos dela. De qualquer forma a música é boa. A letra descreve a vitória que está garantida para a igreja que foi convocada para vencer o inimigo.

10. Meu Ar (Tony Ricardo): Experimente deitar, fechar os olhos e pensar na história de Jesus ouvindo essa canção. Essa é uma canção de total adoração e entrega de pensamentos, anseios e propósitos. Difícil não se emocionar ouvindo! Torno a dizer que Tony Ricardo está se superando com suas canções nesse estilo. "Que amor é esse capaz de dar a própria vida pra me salvar?" Aplausos! 

11. Vai dando glória (Douglas Alves): Que saudade de canções nesse estilo! O refrão nos faz lembrar faixas como 'Aqui tem glória' da própria cantora e 'Explodir de poder' de Elaine de Jesus. Parabéns ao compositor que conseguiu trazer um forró que foge completamente daquela chatice que ouvimos em alguns CDs pentecostais. Jairinho também merece aplausos pelos arranjos que abrilhantaram a faixa. Destaque para a parte que Cassiane diz "Eita glória" (risos), muito top! Todo mundo sabe que essa bordão já faz parte da vida da cantora.

12. Sangue do Cordeiro (Júnior Maciel e Josias Teixeira): Com uma pegada pop pentecostal, Sangue do Cordeiro é a décima segunda canção do álbum e uma das poucas nesse estilo. A faixa fala sobre o recrutamento de crentes valentes que marcham rumo a salvação. A ponte "Marche guerreiro" não é tão interessante até se observar a forte presença do backing. Que poder essa galera tem de conquistar os ouvidos hein?!

13. Mostra-me tua glória (Vânia Santos): Essa canção é uma boa opção para os grupos de louvor, pois apresenta uma letra de adoração, porém em um ritmo mais pentecostal. Nada muito pesado, muito pelo contrário, super leve! Não sei explicar o porquê, mas em alguns momentos essa faixa me lembra a canção 'Razão de Viver' do álbum Recompensa. 

14. Tome Posse (Tony Ricardo): O início vem acompanhado de "TECLADO" com uma letra de encorajamento e força que envolve a cada frase. Na segunda estrofe, aos poucos ela vai ganhando mais força e quando se espera o "BOOM" no refrão, ele acaba se tornando repetitivo e se resume a "Tome posse do milagre, tome possa da vitória, tome posse agora da promessa de Deus em tua vida..." 

Em resumo, o CD "Eternamente" traz uma proposta diferente do que todos estão acostumados a ouvir, mas não pode-se dizer que o projeto está feio ou sem sentido. Apesar dessa mudança, as canções apresentadas no estilo adoração foram muito bem escolhidas e construídas tanto pelos compositores, quanto pelo produtor e sua equipe. Não deixe de escutar o disco e se puder, ouça mais de uma vez se atentando as mensagens, com certeza você será edificado.

Espero que tenham gostado da nossa análise! Não deixem de comentar, grande abraço!

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