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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Música na igreja: uma abordagem cultural e social

 Algumas pessoas ao lerem esse tema podem pensar que falar sobre igreja neste sentido pode ser averso ao que usualmente se comenta. Hoje quero me referir à igreja, não só como um grupo de pessoas que se reúnem para adorar e louvar a Deus, mas como uma representante social no mundo do século XXI. A mesma parcela de igreja que vemos no meio político, no meio artístico, e em outros espaços. E hoje venho compartilhar com vocês alguns pensamentos que tenho como profissional da área da música e que vê as coisas sobre um outro plano.


    Desde pequeno decidi que seguiria estudando música, não só por uma realização pessoal, mas como um propósito divino. Queria poder aplicar meu conhecimento musical na obra de Deus, e vejo muito isso hoje, pessoas que estudam música e trabalham na igreja em que congregam. Porém chamar-lhes atenção para isso: a igreja tem uma função cultural e social que precisa ser contemplada.
E falar sobre isso de uma maneira mais racional, traz uma discussão bem profunda sobre as concepções de música que têm se formado dentro da igreja, que não pretendo discutir aqui. Apenas quero trazer a vocês leitores que, a música na igreja ela tem um poder formador, um poder de educar, socializar e trazer o indivíduo desse espaço para uma vivência em sociedade. O indivíduo que está neste espaço, que chamamos de igreja, ele pode ser visto por dois ângulos: primeiro, como um indivíduo cristão, que usa a música para adorar a Deus e cultuar a Ele, e segundo, como indivíduo de uma sociedade extremamente cultural.
Vamos dar exemplos:


Lázaro, compõe músicas baseadas no ritmo afro-brasileiro, em geral, e suas canções estão inclusas no que denominamos música gospel. Ou seja, além de assumir uma função social, as músicas assumem uma função cultural, já que esses ritmos são encontrados em todas as camadas da sociedade brasileira, e em grande parte do Nordeste do país. Mesmo que a música de Lázaro seja uma adoração a Deus, perante a sociedade, ela é vista muito mais como uma expressão cultural do país por meio do povo evangélico.

Oficina G3 é um grupo cristão que é amplamente ouvido por uma parcela do grupo jovem. Suas músicas têm uma forte influência do rock, e de outras vertentes próximas, possui uma mensagem de louvor, amor ao próximo e principalmente, adoração a Deus. E Oficina G3 se destaca como um exemplo por ter ouvintes não-cristãos, portanto, explicitamente vemos que a música assume aqui também uma função social e cultural, ou seja, mesmo as pessoas que ouçam-os não sejam evangélicas, elas se reconhecem na música que é feita por eles, por ela fazer parte de suas vidas.
 

Poderíamos aqui falar sobre a importância da construção de uma cultura no meio evangélico, que iria abordar sobre preconceitos com ritmos musicais, sobre liturgias sem sentido na música, mas, vamos deixar esse assunto pra próxima né. Só quero dizer que, é muito triste ver por ai que expressões musicais, vivências artísticas que são feitas dentro da igreja sejam esmagadas por preconceitos sem fundamentos bíblicos e pulsos autoritários sem razão. Eu quero ser parte de uma Igreja que tenha prazer em adorar a Deus e que deseja alcançar o céu, mas também, quero ser parte de uma igreja que enxerga as mazelas da nossas sociedade e traga inclusão para seu povo, não só social, mas também cultural.

É isso ai, leitores. Eu espero que tenham gostado e fico feliz de poder ter este espaço para compartilhar com vocês essas idéias.

Vitrine Gospel
Por: Max Michel
@MaxMichelFritz 

2 comentários:

  1. A igreja encara tudo na espiritualidade, menos o dinheiro que enche o bolso deles .
    Como seria bom se eles abraçassem a questão social e publica, defendendo igualdade social, racial, cultural.. mais não.

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  2. é por isso que eu gosto desse blog, sufisticado e moderno.na minha opinião não contrataria uma banda dessas pra tocar na minha igreja . mas acho legal.

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